Moraes dá prazo para PF se manifestar em ação sobre troca de diretores sem aval judicial

Moraes dá prazo para PF se manifestar em ação sobre troca de diretores sem aval judicial

Ministro estabeleceu prazo de 10 dias para que a Polícia Federal apresente informações. Pedido para impedir trocas sem aval judicial foi feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) , deu prazo de 10 dias para que o diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes, se manifeste sobre um pedido para impedir que trocas de delegados em diretorias estratégicas da corporação ocorram sem aval judicial.

Moraes é o relator de uma ação do senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) dentro do inquérito que apura a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na instituição (veja mais abaixo). O parlamentar quer que a medida fique em vigor até que inquéritos contra autoridades com foro sejam concluídos. Os alvos são a Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e Diretoria de Inteligência Policial.

Em fevereiro, o governo trocou o diretor-geral da instituição. Nunes assumiu o cargo que era ocupado por Paulo Maiurino. A saída teria sido motivada por desentendimentos de Maiurino com o ministro da Justiça, Anderson Torres.

Para Randolfe, as trocas nestas áreas podem configurar mais uma tentativa de interferência indevida do presidente Jair Bolsonaro na PF.

Ainda, segundo o senador, a movimentação, em fevereiro, foi provocada pela insatisfação de Bolsonaro com a conclusão da PF de que ele teria vazado documentos sigilosos de uma apuração sobre ataque ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral(TSE).

“Conhecendo o histórico de um Presidente da República que subjuga a Polícia Federal aos seus interesses próprios, trocando cargos de cúpula da Polícia Federal como quem movimenta peças em um tabuleiro, buscando interferir na atuação de investigações ─ sendo esse, inclusive, o objeto do presente Inquérito ─, é evidente que o movimento de troca na Diretoria-Geral da PF se deu em razão do desagrado do chefe do Executivo Federal com a conclusão a que chegou o órgão no âmbito do Inquérito 4.878/DF”, diz a ação.

Interferência na PF

Na semana passada, a Polícia Federal concluiu que Bolsonaro não cometeu crime de interferência na PF no inquérito aberto em abril de 2020 a pedido da Procuradoria-Geral da República para averiguar informações apresentadas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

Moro acusou Bolsonaro de interferir politicamente na Polícia Federal. O ex-ministro afirmou que essa interferência se deu com a exoneração do diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, com a indicação de Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro. Moro também afirmou que o presidente tentou trocar o superintendente da PF no Rio.

Na ocasião, a PF afirmou ao STF que “não há elementos mínimos suficientes para afirmar que os atos de exoneração e nomeação do diretor-geral da PF foram praticados para atender interesses pessoais ou políticos do presidente da República ou de seus filhos e políticos aliados”.

Fonte: G1

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